Datas comemorativas podem ser cobradas em vestibulares

LUISA ALCANTARA E SILVA
da Folha de S.Paulo

Centenário da imigração japonesa, da morte de Machado de Assis e do nascimento de Guimarães Rosa, 60 anos da criação do Estado de Israel, 40 anos do Maio de 68 ... O ano de 2008 está cheio de efemérides -eventos que completam neste ano datas redondas-, que são sempre fortes candidatas a aparecer nos principais vestibulares de final do ano.

Segundo Roberto Wagner Gussi, professor de história do cursinho COC de Ribeirão Preto, "há assuntos que são bola cantada para os vestibulandos".

Ele cita como um dos principais o Maio de 68. "Os vestibulandos devem ficar de olho em tópicos assim, porque os vestibulares seguem uma tendência de abordar temas que ficam na mídia durante o ano."

Além de terem sido feitos programas de televisão sobre o assunto, houve ainda o lançamento de livros sobre o Maio de 68. É o caso de "1968: A Paixão de uma Utopia" (editora FGV), dos autores Pedro de Moraes e Daniel Aarão Reis.

Para Reis, que é professor de história da Universidade Federal Fluminense, o livro é importante para os vestibulandos "se inteirarem criticamente de um importante momento e porque é provável que se elaborem questões sobre o assunto".

No caso dos cem anos da imigração japonesa, São Paulo se mobilizou para comemorar a data, que teve a presença do príncipe Naruhito, o primeiro na linha sucessória do trono do Japão. A cidade foi toda enfeitada para a comemoração.

Nas escolas e cursinhos, professores abordaram o tema por saberem que é um possível tópico das provas. A professora de geografia e coordenadora de vestibulares do colégio Augusto Laranja, Teddy Chu, acredita que, dentre as formas como o tema pode ser cobrado, estão os motivos que levaram à saída dos imigrantes do Japão e como foi a chegada deles nas lavouras de café.

O vestibulando Adriano Ted Souza Filho, 18, aluno do Etapa, diz que investiu mais tempo nos temas que estão completando aniversário neste ano, como a imigração japonesa. "Eles têm mais chance de cair."

Outras fontes

"Desde as primeiras aulas do ano, os professores falam dos cem anos do Machado de Assis, da chegada dos japoneses e de outras datas fechadas", conta a vestibulanda Rejane Funes, 18, que estuda no cursinho Henfil.

Para ela, ajuda muito pesquisar sobre os assuntos em outras fontes, como jornais e internet. "Aprendo melhor quando eu vejo o assunto em outro lugar que não o livro", diz ela, que, dentre as efemérides, gosta mais da de Machado de Assis.

O escritor é tema de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que vai até 26 de outubro. "Machado de Assis e Guimarães Rosa são assuntos fortes", afirma Célia Passoni, professora de literatura do cursinho Etapa. "Os candidatos não podem perder pontos com isso, porque eles são clássicos do vestibular."

Com enunciados curtos, muitas vezes as provas abordam uma efeméride, mas não citam que o evento está completando uma data fechada. Foi o caso da Fuvest do ano passado, que perguntava como podia ser vista a saída da família real portuguesa de Lisboa, em 1807 -então 200 anos antes. Agora, em 2008, comemora-se a chegada da corte ao Brasil.

"Essas efemérides podem ser cobradas em várias áreas", diz Ricardo Parolo Junior, professor de literatura e redação do COC de Ribeirão Preto. Ele diz que as comemorações que têm datas redondas neste ano podem também ser tema de redação dos vestibulares. "Machado de Assis, por exemplo, era descendente de escravos. Pode ser pedido algo em cima disso, relacionado à cultura nacional."

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