Fórum de reitores questiona mudanças no vestibular

Novo Enem deve ser realizado nos dias 3 e 4 de outubro.
Reitores têm dúvida sobre a segurança e a mobilidade dos estudantes.

Jeferson Ribeiro Do G1, em Brasília

A presidente do Fórum Brasileiro de Pró-Reitores de Graduação (Forgrad), Sandramara Chaves, apresentou nesta segunda-feira (27) preocupações sobre a proposta do Ministério da Educação para a unificação do vestibular em todo país, adotando a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de avaliação. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promove um debate sobre o tema nesta segunda-feira em Brasília.

As principais dúvidas sobre o novo modelo se referem à segurança das provas e se o novo modelo vai garantir o maior acesso dos alunos de escolas públicas às vagas nas instituições de ensino superior públicas. Outro ponto que ainda causa preocupação para os pró-reitores é a da mobilidade e o risco de que as universidades das regiões Norte e Nordeste ofertem menos vagas para alunos desses estados.

Apesar das dúvidas apresentadas pela presidente do Fórum, ela enfatiza que nenhuma delas impede a aplicação do novo processo seletivo neste ano. “Há preocupações, mas isso não inviabiliza a implantação de um processo único de seleção pelo Enem ainda neste ano. Cabe ao comitê de governança criado para debater o tema resolver essas dúvidas”, explicou Sandramara.

A secretária de ensino superior do MEC, Maria Paula Bucci, disse que já há cerca de 20 universidades que manifestaram o interesse de aplicar o Enem como sistema de avaliação já neste ano, mas com pesos diferentes. Ela não soube precisar quantas usarão apenas o Enem para preencher suas vagas. “Já há universidades suficientes apoiando a proposta para que possamos considerá-la vitoriosa”, disse.

Ela revelou ainda que as provas do Enem deste ano devem ser realizadas nos dias 3 e 4 de outubro. “Isso está quase fechado. Deve ser mesmo nessas datas”, comentou. Segundo ela, até o final dessa semana o MEC terá um levantamento mais preciso de quantas instituições querem aderir ao novo sistema.

Segurança

Para a presidente do Forgrad, uma das principais dúvidas das instituições é de como garantir a segurança do processo seletivo, já que hoje o Enem ainda não utiliza os mesmos mecanismos para evitar fraudes como as universidades fazem com o vestibular. Segundo ela, na proposta do MEC não há o detalhamento de como a segurança das provas será feita.

“Temos que ver como essa questão da segurança vai ser garantida. É um processo seletivo de quatro ou cinco milhões de pessoas e se há alguma fraude toda seleção fica comprometida. O MEC deveria aproveitar as experiências das universidades quando adotar o novo modelo”, salientou.

Mobilidade

Os pró-reitores também têm dúvidas sobre o modelo de disputa nacional proposto pelo MEC. Há temor de que em regiões onde há poucos alunos matriculados no Ensino Superior a concorrência nacional retire oportunidades dos estudantes locais.

Porém, Sandramara disse que essa questão pode ser enfrentada por cada instituição e elas podem decidir ofertar parte das vagas para alunos de sua região. “As instituições têm autonomia para decidir quantas vagas serão oferecidas pelo novo sistema”, comentou.

A secretário de ensino superior do MEC disse que esse “desconforto” sobre a questão regional tem que ser encarada como “uma oportunidade” de migração pelos alunos e as instituições têm outras formas de garantir o desenvolvimento regional da educação superior que não o vestibular. “Devemos pensar antes na palavra oportunidade e se há desconforto com a questão regional, há maneiras de contemplar essa questão que não pelo vestibular”, argumentou.

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