Veja as dicas da 1ª colocada da USP para o vestibular

Andressa Tufolo

Direto de São Paulo

Desta vez o número um não foi pouco, nem bom. Foi demais. "Não precisava tudo isso", contou Francine Grotto, 18 anos, sobre a reação de seus pais quando souberam que ela tirou o primeiro lugar na prova da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-Usp) para o curso de engenharia. "Quando vi o resultado fiquei surpresa, não acreditava. Meus pais ficaram orgulhosos e chocados. Viram meu esforço e por isso esperavam que eu entrasse, mas como assim, em primeiro lugar?", disse a estudante.

A jovem da cidade de Mauá, região do ABC, em São Paulo, sempre foi boa aluna na escola federal que freqüentava no bairro do Canindé, zona norte da capital. Mesmo com a distância entre as duas cidades ela conciliava todas as tarefas de sua vida. Apesar do empenho, o preparo de Francine não foi suficiente para alcançar o número de pontos necessários para ser aprovada no processo seletivo da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) no mesmo ano que terminou o Ensino Médio.

Depois de um ano de curso pré-vestibular e muita dedicação, ela desfruta do prazer de ser primeira colocada em um vestibular concorrido e com uma pontuação de 939,6 em um total de mil. "Tive que abrir mão de muita coisa, além do esforço de dizer não algumas vezes aos amigos", admitiu a jovem que abdicou de alguns programas em turma e escutou reclamações da melhor amiga, que hoje está muito feliz por ela.

De acordo com Francine, a prova da Fuvest deste ano estava mais difícil do que no ano passado, principalmente a de matemática da segunda fase. Segundo ela, seu diferencial este ano foi atenção e calma. "Sou ansiosa. Acho que o que me ajudou foram os simulados que fiz durante o ano. É importante manter a calma para conseguir chegar até o final da prova".

O segredo parece dar certo, pois a jovem gabaritou as provas de português, inglês e física na primeira fase. "Boa parte da nota, principalmente da primeira fase, é como você está no dia", explicou a estudante. Francine diz não ser supersticiosa, mas também não dispensou uma boa oração para ajudá-la no grande dia.

A primeira colocada se intitula uma estudante normal. Em geral dominava todas as matérias, mas tinha menos afinidade com história e gramática. Assim como os colegas, Francine "colar" durante as provas. "Eu era uma aluna comum, também compartilhava cola", admitiu.

A vitória da estudante alimenta novos sonhos para seu futuro. Antes de se formar em engenheira ambiental, a jovem almeja fazer um intercâmbio. "Se eu tivesse a oportunidade, gostaria de fazer o intercâmbio da própria Poli. Geralmente é na França, mas também acho que Inglaterra seria muito legal", imaginou.

Algumas dicas de Francine para o vestibular
- Estude aproximadamente 9 horas por dia (um pouco pela manhã e um pouco à tarde);
- na hora de responder às perguntas do vestibular, leia e responda rapidamente. Não deixe para depois;
- comece a estudar sempre pelas matérias mais difíceis;
- não se preocupe em decorar as fórmulas, e sim entender a lógica;
- em matérias como física e matemática, não adianta estudar. Faça os exercício, pratique;
- se estiver em dúvida em questões de múltipla escolha, a melhor opção não é a primeira, e sim a que você pensou melhor;
- coloque fórmulas na parede do quarto de física e matemática;
- comece a fazer a prova pela redação. Faça o rascunho, resolva o restante da prova e, no final, passe o texto a limpo;
- decore as músicas do cursinho;
- um dia antes da prova relaxe e não estude mais. Saia para arejar a cabeça;
- tire as dúvidas com os colegas e consulte o site do cursinho;
- coma antes de estudar (no dia do vestibular, almoce);
- leve algo para beliscar no meio da prova: doce e água dão boas opções.

Especial para Terra